terça-feira, 30 de dezembro de 2014

O caso da total "falta de noção"

A partir do momento em que nos tornarmos mães, passamos a reconhecer uma série de limites que se estabelece entre como agir e reagir diante de uma mãe e seu bebê. Todas essas formas se pautam na palavra respeito e, em especial, respeito à fala da mãe.

Claro que sabemos que é muito difícil encontrar pessoas que exerçam com maestria esse dom tão caro. E dai que chegamos ao caso da falta de noção dos últimos dias.

Dai que estávamos Clara, papai, mamãe e vovó na pizzaria. E sabemos que bebê quando a mãe vai comer? É, ele chora... Bom, a garçonete (que já estava grudenta), resolveu oferecer colo para a Clara para que eu pudesse comer, eu disse que não precisava e a pessoa insistiu e a pegou. Fúria? Sim. Controlada? Também. Logo papai da Clara a pegou de volta e deu um chega para lá na inconveniente. Minha mãe achou que era neuroso nossa. Sinceramente? Eu não acho.

Certo que a minha cidade é pequena e que a pizzaria em questão é um lugar bem família, cheio de coisas para crianças e tals e, bem capaz, não é primeira vez que a garçonete faz algo parecido. Porém, eu não gostei, achei perigoso, fiquei com raiva, principalmente pelo fato de eu ter dito de maneira bem clara que "não precisava".

Ainda me sinto constrangida e invadida em minha privacidade. Nem dá para dizer que agora fico confortável com a moça em questão né?

A pergunta que me faço é: como reagir? Sem apelar para a violência que aflora nessas horas? Será que eu fui negligente? Será que eu deveria ter sido altamente grossa? Como vocês fariam?


Abraços,

Daniela

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Profissão "MÃE"...

... ou  - sim, sou dona de casa em pleno século XXI -.

Primeiramente, seria interessante me identificar como o ser profissional que sou, para entender um bocado da história... Enfim, a pessoa que vos fala, tem 29 anos, se formou em bacharelado e licenciatura em História. O que isso significa? Que sou, respectivamente, pesquisadora e professora nessa área. E, por último, adquiri o título de mestra em História nesse ano. Até aqui, tudo lindo, tudo bem (talvez nem tanto pelo fato de eu atuar na área das humanidades e, pasmem, ser professora. rs Sabe o discurso do melhor ter feito direito e blablabla? Por ai...), enfim, o esquema é que me tornei mãe no final de 2013.

Por uma avalanche de descobertas não felizes em relação ao cargo vago que eu ocupava no Estado como professora. Leia-se, o não cumprimento da licença maternidade para contratadas (porque o contrato vencia em 31 de dezembro, logo, mal dava um mês de licença) e o plano de saúde ter dado um quebra pernas com a tal da carência. Decidi, em conjunto com o marido, que em 2014 eu me dedicaria a maternidade. Para mim era quase impossível me pensar retornando em meu cargo com a Clara com apenas 2 meses, sendo que a licença é um direito da mulher, então, abri mão do meu emprego.

Me tornei mãe e dona de casa 24 hrs. O que para alguns se torna aquela identificação com o ser que agora fica SÓ EM CASA e SEM TRABALHO NENHUM. Pois é...

A pergunta mais frequente passa a ser então: Mas, você não trabalha? Estudou tanto para ficar em casa? Não vai ajudar seu marido? E as mais recentes afirmações de que "marido cansa de mulher que não trabalha" e "não pode exigir que seu marido ajude nas tarefas domésticas, já que ele é quem trabalha"... (ouço indignação por ai?).

Porque dona de casa e mãe não tem nada para fazer não é? Só fica em casa como uma lady, divando o dia todo sobre comida e bebê... #sóquenão. Fato é que eu NUNCA trabalhei tanto na minha vida, no sentido em que trabalhar não é sinônimo de ganhar dinheiro. Como mãe e dona de casa eu não paro para nada, nem um segundinho se quer. É almoço, roupa para lavar, passar, bebê para cuidar, casa para manter em ordem (em todos os sentidos)... E mais uma infinidade de tarefas. Vale ressaltar que eu não curto muito a atividade doméstica, mas mesmo assim, tudo é feito por mim.

Sacrifico a pesquisadora que sou todos os dias - TODOS OS DIAS - para ver a minha casa funcionar a contento e para ter a certeza de que minha filha não está sendo criada por outrem, mas por mim, debaixo da minha asa, suprindo todas as necessidades que um bebê tem de sua mãe nos primeiro 1000 dias de vida.

Admiro demais mães que trabalham fora e cuidam de seus filhos. Muito. E, assim como não posso admitir que as critiquem, também não posso aceitar as criticas duras feitas às mães que decidiram remar contra a maré e ficar em casa com seus filhos, abrindo mão de centenas de coisas para fazer de sua escolha a melhor escolha possível.

Portanto, não, eu não ganho dinheiro, mas trabalho e trabalho muito e duro. E gostaria muito que no próximo ano, as pessoas fossem menos rigorosas e crueis com as mães e suas opções, pois já passamos por tantas e constantes mudanças e escolhas no caminho da maternagem.

Então, para 2015, eu desejo para cada mãe que trabalha, ganhando dinheiro ou não, que tenha seus esforços reconhecidos e que sejam amadas exatamente pelo que são... MÃES que amam seus filhos acima de tudo.

Um bom Natal e um ótimo Ano Novo para todos nós.

Com carinho,

Daniela



Que o importante é saber que está bem e está comigo e que esse sorriso move todas as lutas diárias. Essa mamãe coruja que te ama.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Dente

Se eu posso falar de uma obsessão que eu tive nesse primeiro ano de maternidade, ela se chama dente. Nascimento de dente.

Sim, essa que vos fala é uma obcecada com o nascimento dos dentes de sua filha.

Para começar, eu achava em minha infinita ignorância de marinheira de primeira viagem, que os dentes deveriam começar a nascer lá pelos 6 meses e, aceito isso, eu já comecei a ficar fiscalizando gengivas por aqui.

E assim veio o sexto, o sétimo, o oitavo, o nono, o décimo mês... e o dente? Nada de dente! Onze meses? Nada de dente.

Gengivas brancas, gengivas inchando, sinalzinho de que vai sair... e nada de dente...

E ai a coisa começou a acontecer lá pela metade do décimo primeiro mês. E foi tenso, muito tenso. Mais até do que a época das cólicas. O incômodo do dente que vinha e não vinha fez com que Clara passasse praticamente duas semanas em claro. Muito choro, muita irritação e uma mãe doidinha, doidinha.

A única coisa que acalmou ela por um tempo foi a Camomilina C receitada pelo pediatra.

E dai que quando ela fez 1 ano e uma semana, exatamente no dia 30 de novembro, o primeiro dente apontou!!! 

Fiquei tão feliz. E a obsessão pelo dente passou?

Não meu caros, agora essa mãe quer saber dos outros, porque eles não vem e se demoram tanto? rsrs
E lá vamos nós olhar gengivas...

Será que eu sou normal?


Cadê o dente?

domingo, 7 de dezembro de 2014

Ser mãe

(do que se passa com uma mãe ao refletir sobre o primeiro ano de vida de um filho)

E o que se passa na cabeça e no coração de uma mãe? Hoje sinto uma alegria que perpassa diretamente ao quanto eu e Clara crescemos em seu primeiro ano de vida.

O que é o amor de mãe? Na gravidez, creio, o que temos é uma paixão avassaladora pelo pequenino que vai chegar e que se transforma quando ele nasce.

Amor de mãe se cria e recria todo o tempo. É agir. É movimento constante.

E, sobretudo, amor de mãe é doação. É constantemente se doar a outro. Amor de mãe é se despir de individualismos e egoísmos e, talvez por isso, a maternidade seja exatamente o momento em que a mulher se encontra com sua sombra.

Despidas, saimos de encontro aos nossos filhos e é dai que entendemos e sentimos que essa é uma das formas mais puras da manifestação do amor.

Por isso, quando vemos uma mãe que se abriu a esse amor agir, enxergamos nela toda doçura e toda a força que ela carrega para mover montanhas para que seu filho cresça e seja, também ele, a manifestação do amor que transforma.

Hoje, sou mto grata a minha pequena Clara, pois a um ano atrás ela começava a fazer de mim um ser humano melhor. E não há nada mais grandioso do que a ver crescer e aprender.

E eu só peço a Deus que a abençoe e guarde. E nos dê toda força e doçura necessárias para juntar construirmos um mundo melhor.

Feliz 1 ano!!!


Daniela (escrito no dia 22 de novembro, aniversário de um ano da minha pequena Clara)

P.S: Se chegou até aqui, quero lhe dizer que esse blog contará com pequenas (talvez grandes) reflexões de uma mãe de primeira viagem. Ele trará textos sobre minha experiência pessoal com a gravidez, parto e maternidade. Porque mãe transborda e, quando isso ocorre, não dá para deixar de inundar tudo a sua volta.