segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Profissão "MÃE"...

... ou  - sim, sou dona de casa em pleno século XXI -.

Primeiramente, seria interessante me identificar como o ser profissional que sou, para entender um bocado da história... Enfim, a pessoa que vos fala, tem 29 anos, se formou em bacharelado e licenciatura em História. O que isso significa? Que sou, respectivamente, pesquisadora e professora nessa área. E, por último, adquiri o título de mestra em História nesse ano. Até aqui, tudo lindo, tudo bem (talvez nem tanto pelo fato de eu atuar na área das humanidades e, pasmem, ser professora. rs Sabe o discurso do melhor ter feito direito e blablabla? Por ai...), enfim, o esquema é que me tornei mãe no final de 2013.

Por uma avalanche de descobertas não felizes em relação ao cargo vago que eu ocupava no Estado como professora. Leia-se, o não cumprimento da licença maternidade para contratadas (porque o contrato vencia em 31 de dezembro, logo, mal dava um mês de licença) e o plano de saúde ter dado um quebra pernas com a tal da carência. Decidi, em conjunto com o marido, que em 2014 eu me dedicaria a maternidade. Para mim era quase impossível me pensar retornando em meu cargo com a Clara com apenas 2 meses, sendo que a licença é um direito da mulher, então, abri mão do meu emprego.

Me tornei mãe e dona de casa 24 hrs. O que para alguns se torna aquela identificação com o ser que agora fica SÓ EM CASA e SEM TRABALHO NENHUM. Pois é...

A pergunta mais frequente passa a ser então: Mas, você não trabalha? Estudou tanto para ficar em casa? Não vai ajudar seu marido? E as mais recentes afirmações de que "marido cansa de mulher que não trabalha" e "não pode exigir que seu marido ajude nas tarefas domésticas, já que ele é quem trabalha"... (ouço indignação por ai?).

Porque dona de casa e mãe não tem nada para fazer não é? Só fica em casa como uma lady, divando o dia todo sobre comida e bebê... #sóquenão. Fato é que eu NUNCA trabalhei tanto na minha vida, no sentido em que trabalhar não é sinônimo de ganhar dinheiro. Como mãe e dona de casa eu não paro para nada, nem um segundinho se quer. É almoço, roupa para lavar, passar, bebê para cuidar, casa para manter em ordem (em todos os sentidos)... E mais uma infinidade de tarefas. Vale ressaltar que eu não curto muito a atividade doméstica, mas mesmo assim, tudo é feito por mim.

Sacrifico a pesquisadora que sou todos os dias - TODOS OS DIAS - para ver a minha casa funcionar a contento e para ter a certeza de que minha filha não está sendo criada por outrem, mas por mim, debaixo da minha asa, suprindo todas as necessidades que um bebê tem de sua mãe nos primeiro 1000 dias de vida.

Admiro demais mães que trabalham fora e cuidam de seus filhos. Muito. E, assim como não posso admitir que as critiquem, também não posso aceitar as criticas duras feitas às mães que decidiram remar contra a maré e ficar em casa com seus filhos, abrindo mão de centenas de coisas para fazer de sua escolha a melhor escolha possível.

Portanto, não, eu não ganho dinheiro, mas trabalho e trabalho muito e duro. E gostaria muito que no próximo ano, as pessoas fossem menos rigorosas e crueis com as mães e suas opções, pois já passamos por tantas e constantes mudanças e escolhas no caminho da maternagem.

Então, para 2015, eu desejo para cada mãe que trabalha, ganhando dinheiro ou não, que tenha seus esforços reconhecidos e que sejam amadas exatamente pelo que são... MÃES que amam seus filhos acima de tudo.

Um bom Natal e um ótimo Ano Novo para todos nós.

Com carinho,

Daniela



Que o importante é saber que está bem e está comigo e que esse sorriso move todas as lutas diárias. Essa mamãe coruja que te ama.

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